A grande finalidade de organizar o trabalho didático a partir de projetos é dar um sentido prático ao que se aprende viabilizar a participação ativa dos alunos na construção do conhecimento.
Realizar projetos, qualquer área, significa buscar respostas para questões problemáticas, que envolvem os temas da área ou transversais a ela, tendo como função básica propiciar um conhecimento relacional, que integre outros temas ou áreas na sua resolução.
O trabalho com projeto pretende também ativar a função da escola ou da sala de aula como pólo irradiador de saber e, para isso, propõe um produto social real para o conhecimento construtivo dentro de um projeto, que pode ser uma campanha, um evento, um material escrito, enfim, um conhecimento que esteja a serviço da coletividade.
A adolescência começa por volta de 12 anos de idade e vai até 18 anos, é certamente um dos momentos mais importantes da nossa existência, onde os adolescentes passam por mudanças, perigos e incertezas. Nesta fase acontece a contestação à autoridade dos pais, o adolescente quer tornar-se independente para tomar suas decisões de escolher o melhor para si, mas nesta idade é economicamente e afetivamente dependente da família. Os conflitos existentes entre adolescentes e seus pais são normais nessa fase, pois são muito construtivos para o adolescente decidir os caminhos que seguirá em sua vida.
Para BARROS(2001), o adolescente geralmente questiona tudo: os valores da sociedade, a ordem mundial. Por isso, o jovem revolta-se contra normas impostas. Antes, ele obedecia. Agora, quer se guiar por seus próprios sentimentos, formar suas próprias opiniões e adquirir suas experiências.
Segundo VANIN (2003, p.14)”Os pais muitas vezes se sentem inseguros com essa mudança porque a tarefa de educar um filho não é fácil. Em geral, eles desejam o melhor para os filhos, mas a sua função muitas vezes é colocar limites e fazer respeitar regras. E isso é coisa que o adolescente não gosta. Ele está na fase de sua individualidade, e quer ser livre. Esse choque de geração é que causa a maioria dos conflitos entre pais e filhos. Às vezes parece até que não falam a mesma língua”.
O adolescente até agora, era apenas uma criança de poucas responsabilidades. Mas a partir desse momento seus pais passam a cobrar mais atitudes adultas, exigindo mais responsabilidade e menos brincadeiras, lhe dão mais tarefas para cumprir. Ao mesmo tempo em que o adolescente começa a ser cobrado, por suas ações, tem adultos que esquecem de tudo e tratam-nos como crianças que devem obedecer a suas ordens sem reclamar.
Para GEWANDSZNAJDER (1992), nesse passo para a vida adulta, a convivência familiar é mais fácil. O jovem já tem cara de adulto, mas ainda não está preparado para enfrentar os desafios dessa nossa vida. Ora é tratado como criança, ora como gente grande.
Segundo BARROS (1991, p. 16)”A adolescência é uma fase de transição: a pessoa ainda tem características infantis mas começa também a ter interesses, obrigações e responsabilidade da vida adulta”.
Hoje em geral, falar de sexo e seus perigos com os adolescentes virou rotina, antigamente era assunto proibido entre adolescentes e seus pais. As pessoas só passariam a saber disso depois do casamento, já hoje em dia as crianças aprendem esse assunto na escola, em casa os pais já orientam os filhos aos cuidados que devem ter.
Segundo BARROS (2001, p. 49),”Antigamente, sexo era assunto proibido. Em casa, ninguém falava “dessas coisas”. Entre os meninos, as informações eram passadas pelos amigos mais velhos, em conversas escondidas. E como eles também não sabiam nada direito, muitas coisas ficavam sem ser esclarecidas”.
Para COTES, ARANHA e BARBI (2004), não se sabem que tem mais barreiras a quebrar, se são os pais ou os filhos. Os pais mesmo os mais liberais, tem dificuldade em conversar sobre sexo. Não apenas constrangimento que o assunto provoca, mas falar sobre sexo com os filhos é a prova de que eles não são mais crianças, e que estão a um passo para a vida adulta.
Justificativa
A sexualidade é um assunto presente na vida dos adolescentes, incluindo aqui os alunos desta faixa etária. A puberdade traz mudanças no corpo, nos sentimentos, nos comportamentos. Felizmente, é também uma fase em que estão mais amadurecidos, capazes de compreender que seus atos podem ter conseqüências positivas ou negativas para a saúde e para as pessoas com quem se relacionam, é o momento de decisões importantes e conscientes. Os alunos precisam ter acesso à informação é ao saber cientifico em relação ao tema, para utilizarem esses conhecimentos como orientação em suas decisões e atitudes.
Objetivo
Construir conhecimentos conceituais, procedimentos e atitudes que permitam desenvolver um olhar crítico relacionados à orientação sexual, já que por meio da Matemática é possível compreender a importância da análise de dados estatísticos.
As áreas convencionais incorporam, no seu conjunto de saberes conceituais, aqueles que dizem respeito ao tema e que, em sua área, podem ter um tratamento mais aprofundado.
Enfim, cada área, a seu modo, e sem perder de vista seu objeto de estudo, poderá contemplar em seu planejamento os temas transversais e conteúdos de natureza conceitual e procedimental.
Metodologia
Escolha ou delimitação do tema.
Início da pesquisa com as seguintes questões:
· Quais as principais mudanças ocorridas em seu corpo?
· Você tem com quem conversar sobre o que está acontecendo?
· Quais os sentimentos que surgem diante dessas mudanças?
· Quais são suas atividades preferidas nesta fase?
· Quais são os prazeres desta fase?
· E os desprazeres?
· Você já notou alguma transformação em seu corpo? Qual?
· Já começou a namorar? Ou a ficar? E seus pais sabem?
· Concordam?
· Que tipo de conselhos a respeito de sexo seus pais já lhe deram?
Explicitação das perguntas e questões a serem respondidas sobre o tema.
Promover debates entre os alunos para a elaboração de um índice de perguntas a serem objeto da investigação. A seguir o professor especificara os objetivos de aprendizagem e os conteúdos a serem trabalhados.
Construir com os alunos um esquema dos conteúdos envolvidos nesse tema.
As questões podem servir como roteiro de trabalho que nortearão os instrumentos a serem selecionados.
§ Fontes diretas – entrevistas, confecções, experimentações, fotos e filmagens.
§ Fontes indiretas – vídeos, site, livros, artigos, dados estatísticas, jornais, revistas, inclusive informações fornecidas pelo professor.
Concluir as pesquisas e fazer a exposição para a comunidade do trabalho realizado.
Este projeto conta também com o apoio desta instituição escolar ( Escola Estadual Paulo Freire) bem como as Professoras colaboradoras Márcia Oening, Luciane Reichert e Rozenei da Conceição Ferreira.
Pode-se avaliar todo o processo em dois níveis:
Individual: Em que o estudante recapitula e reflete sobre o que aprendeu e as tarefas que concretizou.
Coletivo: com a ajuda do professor, os estudantes aplicarão a informação trabalhada e as conclusões obtidas em situações diferentes daquela vivida no projeto, permitindo generalizações e conceitualizações.
http://www.copacabanarunners.net/
http://www.iaaf.org/
http://www.athens2004.com/
http://www.supermatematica.com/
Parâmetros Curriculares Nacionais: Saúde/ Ministério da Educação. Secretaria da Educação Fundamental. – 3. ed. – Brasília: A Secretaria, 2001.
BARROS, C. Adolescência uma fase de mudanças. In: - O Corpo Humano. 40. ed. São Paulo: Àtica, 1991, p. 15 – 24, Cap. 3.
BARROS, C.; PAULINHO, W.R. Você e Seu Corpo na Adolescência. In: - O Corpo Humano. 64 ed. São Paulo: Ática, 2001, p. 40 – 57, Cap. 4.
COTES, P.; BARBI, D. Mães Antes da Hora. Época. São Paulo: Globo, nº 303, p. 54 – 59, março 2004.
GEWANDSZNAJDER, F. Adolescência um passo para a vida adulta. In – Sexo e reprodução. São Paulo: Ática, 1992, p. 12 – 17, cap.1.
VANIN, M. R. L. O Diálogo entre pais e filhos. Mundo Jovem. Porto Alegre: PUCRS, Ano XLI, nº 333, p. 14, fevereiro, 2003.
RELATÓRIO
A Escola Estadual Paulo Freire trabalha com a modalidade de Ensino Ciclo de Formação Humana que respeita o tempo de aprender de cada individuo, propõem o agrupamento dos estudantes onde as crianças e adolescentes são reunidos pela suas fases de formação, o conteúdo é organizado a partir de uma pesquisa, realizada de acordo com interesse e necessidade dos mesmos.
Esse projeto está sendo desenvolvido pelos alunos do 6º ano B, no qual os mesmos decidiram trabalhar, pois é um tema de grande interesse da turma. O projeto foi escolhido através de uma investigação dos assuntos que gerava maior interesse dos mesmos, depois do levantamento de vários temas, realizou a votação na qual ficou decidido por maioria dos alunos o tema: Adolescência uma fase de mudanças.
Para o início do trabalho verifiquei com os alunos o que eles gostariam de saber sobre esse assunto, o porquê de se querer trabalhar sobre adolescência uma fase de mudança, neste momento foi onde as dúvidas e questionamentos começaram a surgir, foi onde o profº. Coordenador Vanderlei pediu para que os alunos respondessem as seguintes indagações:
- O que já sabem sobre o assunto adolescência uma fase de mudança?
- O que vocês querem saber sobre o assunto?
Através das dúvidas é que conseguimos dar início na pesquisa sobre adolescência uma fase de mudanças, com as seguintes atividades:
v Pesquisas sobre o tema utilizando a internet;
v Leitura de textos referente ao assunto e socialização dos mesmos;
v Criação de Blogs pelos alunos;
v Produção de cartazes;
v Produção de desenhos;
v Vídeos sobre o assunto;
v Relato de alunos sobre o assunto;
v Produções de textos.
A avaliação está sendo realizada no decorrer da pesquisa, na observação do desempenho de cada aluno, seu interesse e dedicação pelo projeto.
Desenvolver esse trabalho com projeto interdisciplinar, é uma grande satisfação, pois saber que todos possam usufruir tudo que aprenderam na continuação do seu dia a dia escolar. Para isso, planejamos a integração entre os conteúdos e a metodologia de projetos, organizando as atividades e desenvolvendo em sala, com a finalidade de compreensão de forma mais ampla de como se dá processo ensino-aprendizagem, que ao longo deste ano letivo objetivou atingir todos os objetivos propostos no projeto.
